domingo, 8 de abril de 2012

Voltamos de Mendoza - Balanço Geral

A viagem para Mendoza foi perfeita. Toda programação que planejamos foi cumprida sem qualquer atropelo. Como já havíamos antecipado, visitamos as seguintes vinícolas: Achaval Ferrer, Zuccardi, Lopez, Cobos, Belasco de Baquedano, Ruca Malen, Catena Zapata, Salentein e O. Fournier. Na Achaval Ferrer pudemos ratificar que o Finca Altamira 2006, que provamos em nossa degustação de malbecs topo de gama, realmente estava prejudicado, muito embora os 99 pontos atribuídos por Jay Miller para a safra 2009 não correspondam à realidade. Na Zuccardi experimentamos o contraste de sair de um vinícola boutique, para uma totalmente comercial. Infelizmente pudemos presenciar os maus tratos às uvas que eram trasportadas em caminhões e descarregadas com pás, além de chips utilizados para transmitir características da madeira ao vinho. Não bastasse tudo isso, tentamos provar o Zeta (top da Zuccardi), mas não tivemos sucesso, já que o valor cobrado por uma taça era praticamente o de uma garrafa inteira. Preferimos, ficar com a degustação de Santa Julia (péssima!) que já estava incluída no preço da visita que eles ofereciam.

A Bodega Lopez mostrou um estilo que nós jamais esperávamos encontrar nos vinhos mendocinos. Todos com cara de velho mundo, sem fazer concessões à moda dos vinhos frutados e amadeirados. Muito embora não seja o estilo que apreciamos, valeu levar duas garrafas do Montchenot. O almoço foi o ponto baixo da visita, já que receberam mais visitantes do que poderiam e o atendimento e a comida estavam aquém do esperado. Na Viña Cobos tivemos o nosso ponto alto no que diz respeito à qualidade dos vinhos de toda a viagem. No ano passado fizemos a experiência Malbec achando que a melhor expressão dos vinhos da Cobos estava nesta cepa e não poderíamos estar mais enganados. Não é à toa que o vinho ícone da bodega é um corte majoritário de Cabernet Sauvignon. Seguimos para a Belasco de Baquedano onde a sua sala de aromas, a única da américa latina, fez valer a visita. Os vinhos, principalmente depois da visita a Cobos, mostraram-se sem expressão e com qualidade abaixo do esperado para quem tem um estrutura tão boa, contando com vinhas centenárias.

O Almoço na Ruca Malen foi dos melhores da viagem. Na ocasião foram servidos vinhos que mostraram a consistência de quase toda sua linha. A Catena Zapata, com sua pirâmide Maia,  é sempre magnífica. A oportunidade de provar um Nicolás Catena Zapata 2008 lá dentro é um experiência única. A Salentein é de um beleza extraordinária, contando com a sala de barricas mais bonita de todas que pudemos visitar. Além da beleza de toda sua construção, o Valle de Uco colabora com a proximidade em relação à Cordilhera dos Andes. Para fechar com chave de ouro almoçamos na O. Founier - foi o melhor restaurante de vinícola que conhecemos em todas as nossas andanças, até o pão da entrada era muito bom. Imaginem o sorvete de Torrontés que provamos - excelente! A construção é muito moderna e toda a linha de vinhos muito consistente. Foi o cenário perfeito para o fim da viagem. Ao longo das próximas semanas vamos postar com detalhes as impressões das visitas e dos vinhos degustados, intercalando com posts diversos para não tornar o relato cansativo. O fato é que Mendoza é o paraíso dos enófilos e nós vamos voltar outra vez!

Um comentário:

  1. Vou fazer uma nova viagem a Mendoza no final de maio. Gostaria de visitar a salentein e a O.fournier. Como vcs fizeram? foram de carro?contrataram remis? é muito longe?

    Abs

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