Na última quinta-feira (26/03) o blog acompanhou um almoço promovido pela importadora Cantu. Na ocasião, a primeira enóloga da Argentina, Susana Balbo, pode mostrar algumas novidades de seu portifólio. Ela falou um pouco sobre a própria história, ressaltando as dificuldades que superou para consolidar seu nome numa profissão dominada por homens naquela época. Narrou também as dificuldades enfrentadas no período da fundação da Dominio del Plata, mas, principalmente, mostrou um conhecimento inigualável sobre o ofício que escolheu por amor: a enologia.
Foram oitos rótulos degustados, sendo que três deles vieram na mala de Susana Balbo, já que sequer são comercializados no Brasil. Dois eram novos membros da família Nosostros (topo de gama) e o terceiro era o Vaglio Aggie que se trata de um novo projeto de José, filho de Susana. A degustação foi aberta com a prova do recém-lançado Susana Balbo Signature Torrontès 2014. Não há dúvidas de que este rótulo é a expressão máxima desta casta na Argentina. Como bem frisou Susana Balbo, a grande dificuldade enfrentada era evitar que o vinho tivesse o fim de boca com um amargo residual, como é característico desta uva. Missão cumprida. Os aromas florais deste vinho não são exagerados e ainda ganham elegância e complexidade com as notas sutis de baunilha, resultantes do repouso em barricas de carvalho francês por três meses. Na boca, apesar da passagem por madeira, a acidez está plenamente preservada. O melhor vinho feito com Torrontés que já pude provar.

Na sequência pudemos provar o Pinot Noir 2012 da linha Crios, que não conhecíamos. Ele somente reforçou a impressão que tínhamos sobre esta linha feita por Susana. São vinhos extremamente justos para sua faixa de preço. Este Pinot mostrou boa tipicidade, como seus aromas de frutas vermelhas, lembrando morango e cereja madura. A passagem por barricas de carvalho francês por oitos meses conferiu notas defumadas que em momento algum se sobrepuseram à fruta do vinho. Na boca mostrou corpo médio, boa acidez e uma sutil adstringência. Dando sequência aos rótulos que mais chamaram nossa atenção, um dos destaque foi o Aggie da linha Vaglio. Este é um projeto pessoal do Filho de Susana Balbo. O exemplar que provamos eram uma Malbec da safra 2013, oriundo do Valle de Uco. Ele se mostrou muito intenso no nariz, com uma mescla de frutas vermelhas e escuras. O amadurecimento durante oito meses em barricas de carvalho foi muito bem conduzido. A madeira não ofuscou a fruta que se mostra nitidamente em primeiro plano. Segundo Susana os barris destinados para este vinho são feitos com a parte central do tronco do carvalho, o que confere maior sutileza na transmissão de aroma.
Ponto para a Cantu, por ter vinhos como estes em seu portifólio e, principalmente, ponto para Susana Balbo, que mostrou ser capaz de fazer vinhos maravilhosos desde a linha de entrada até o topo de gama.
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