segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

Pisano: Personalidade e qualidade em vinhos uruguaios

No final do ano passado (2016) tivemos o prazer de participar de uma degustação promovida pela Mistral aqui no Recife, no restaurante Coco Bambu. Vale lembrar que no começo do mesmo ano vistamos os Pisano lá no Uruguai e todos os detalhes foram comentados aqui no blog (link). Dessa vez, aqui no Recife, a vinícola foi representada pelo Gerente de Exportação Nikolás Kozic (foto ao lado), que conduziu com maestria a apresentação dos vinhos da bodega. Mais uma vez ficamos certos de que falar dos Pisano é falar em muita personalidade e qualidade em seus vinhos.

Provamos um branco, um rosé e três tintos feitos com a Tannat, a uva emblemática do Uruguai. A degustação foi muito bem pensada, sendo possível perceber, em relação aos tintos, que nas três gamas apresentadas a qualidade é sempre alta, aumentando apenas a intensidade e complexidade de cada exemplar.

O primeiro vinho degustado foi o Cisplatino Torrontés 2015 que apresentou cor amarelo esverdeado. No nariz foi possível perceber notas florais, típicas da castas, além de aromas cítricos. Não é enjoativo como a maioria dos exemplares argentinos. Na boca o corpo era mediano, com boa acidez e persistência. Custa por volta de R$ 66,00 (toda linha Cisplatino) no site da importadora. (Bom)

Na sequência provamos o Cisplatino Rosé 2015, feito com a uva Cabernet Franc. Um rosé que mostrou um pegada mais intensa do que o habitual. No visual a cor era um rosado de alta intensidade. No nariz percebemos frutas vermelhas como morango e framboesa, além de um toque lácteo, muito embora ele não passe pela conversão malolática. Na boca mostrou certa estrutura, sendo mais firme do que a maioria dos rosés. Tinha boa acidez, corpo médio (+) e bom retrogosto. (Bom)

O primeiro tinto degustado foi o Cisplatino Tannat 2013. Cabe destacar que a linha Cisplatino é de exportação exclusiva para o Brasil. "A escolha do nome se deu porque quando o Uruguai estava lutando pela independência e fazia parte do Brasil era chamado pelos brasileiros de Cisplatina", segundo Nikolás Kozic. O Cisplatino Tannat mostrou cor rubi de média (-) intensidade. Nos aromas foi possível perceber frutas vermelhas como cereja, além da madeira, de forma muito sutil, em razão do estágio de parte do vinhos em barricas de carvalho usadas por três ou quatro meses. Na boca mostrou corpo médio, acidez alta e taninos presentes, mas de qualidade. (Bom).

Depois, partimos para o Rio de los Pájaros Tannat 2013, que passa por um amadurecimento de seis meses em barricas francesas de segundo uso. No visual a cor era rubi de média intensidade. No nariz foi possível notar frutas escuras como amoras, além de café e cedro. Na boca mostrou corpo médio (+), acidez alta e taninos de qualidade, mas que ainda ficarão mais macios com o tempo. Bom (+). No site da Mistral está por volta de R$ 83,00.

Por fim, para fechar com chave de ouro, provamos o RPF Tannat 2011 (safra histórica no Uruguai), vinho pelo qual somos apaixonados. Na taça ele mostrou cor rubi de alta intensidade. No nariz surgiram aromas de frutas negras (amoras) e vermelhas (cereja), defumado, couro e a barrica mostrando-se bem integrada, agregando notas de noz moscada e cedro. Na boca era encorpado com taninos de qualidade e muito nervo. Sem dúvida uma vinho com aptidão gastronômica. É para acompanhar um belo churrasco (link). (Muito Bom). No site da importadora está custando R$ 125,97 e faz valer cada centavo.

No final da degustação restou ratificada a impressão que tivemos no Uruguai: Los Pisano son los Pisano!

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