Um dia desses nós vimos o Gustavo Pisano postando essa frase no facebook e, depois de conhecer os irmãos Pisano de perto, ela passou a fazer muito sentido para nós. Não há dúvida de que eles são os caras, como costumamos dizer aqui no Brasil. Foi um privilégio desembarcar no Uruguai e ter como primeiro destino essa extraordinária bodega. São grandes vinhos, feitos por grandes pessoas.
Conhecemos toda a parte produtiva da vinícola, para depois provar os vinhos num sala de degustação que é uma extensão da casa da mãe deles, não haveria como se sentir mais em casa. Além disso, Daniel Pisano é extraordinário, uma figuraça, como sempre havíamos lido nas resenhas de outros blogueiros/jornalistas. É um cara de muita simpatia e grande energia. Tudo verdadeiro e espontâneo.
Conversamos desde como o pai deles levou a Torrontés para o Uruguai - sim, um raro Torrontés feito fora da Argentina - e até mesmo como o Axis Mundi, o eixo da Tannat no mundo, foi um acidente. Era um vinho que não tinha atendido às expectativas imediatas deles, mas que virou um verdadeiro néctar após o devido repouso em barricas na adega. Os Pisanos estão certos em afirmar que o Axis Mundi é o centro do universo dos Tannats. É a mais pura verdade. Um grande vinho produzido por quem sabe que faz grandes caldos.
E não nos esqueçamos de Gabriel Pisano, filho de Eduardo Pisano, com suas ideias inovadoras, que mostrou muito talento nos vinhos que tivemos oportunidade de degustar.
A personalidade dos Pisanos está muito presente em seus vinhos, que são realmente autorais. É um misto de tradição e irreverência que só dá para entender provando.


Pisano Rio de Los Pájaros Torrontés 2015. Vinho de cor esverdeada. No nariz mostrava aromas florais. Na boca era de corpo e acidez medianas, com um sutil amargor no fim que é característico dessa casta. (Bom -)
Pisano Rio de Los Pájaros Pinot Noir. Na análise visual apresentou cor rubi claro. No nariz percebemos cereja, framboesa e um defumado sutil. Na boca o corpo era leve e a acidez presente. (Bom +)





Pisano Axis Mundi 2011 - Somente foi produzido em duas oportunidades, mais precisamente em 2002 e, por fim, no ano de 2011. Em 2002 recebeu nota 18,5/20 de Jancis Robinson. Na cor era rubi prufundo, quase negro. Nos aromas notamos frutas negras (amoras e ameixas) licorosas, além de toques de cedro e pimenta do reino. Na boca, um verdadeiro colosso. Muito concentrado, mas com taninos de veludo, acidez firme e persistência quase infinita. Fantástico. Pelos confrades que viajaram conosco foi tido como melhor vinho da viagem. (Excelente)

Foi uma visita para não sair da memória, com grandes vinhos e grandes pessoas e não poderia ser diferente, afinal: Los Pisanos son los Pisanos!
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