II Encontro Internacional do Vinho em Vitória/ES – 2.a Parte

Neste domingo, a continuação do post elaborado pelo amigo Serpa Jr, sobre sua participação no II Encontro Internacional do Vinho em Vitória.

Agora, falaremos de duas outras degustações específicas do II Encontro Internacional do Vinho em Vitória/ES, que foram: “Portugal – Espanha: Península Ibérica – Nova Dimensão da Diversidade” por Arthur Azevedo, Diretor da ABS-SP”, e “Borgonha: A Grandeza de Ser Pequeno” por Olivier Pion, Diretor Geral de Le Pion – Le Meilleur Du Vin na Borgonha e jurado em diversos concursos internacionais.De início, Arthur demonstrou que seria uma degustação pedagógica mostrando as regiões de Portugal e Espanha, tipos de solo e clima, e realçando distinções existentes. No painel de vinhos degustados, tivemos: Secret Spot 2004, Gloria Reinolds, Herdade do Grous Moon Harvest 2008, Duvida, El Pecado 2008 de Raul Peres, Libranza D. O. Tinta Del Toro, Ramiros 2006 e Mancuso 2005.

  

Aqui, além da bela e didática palestra de Artur, o quê a degustação teve de melhor foi a apresentação aos leigos de plantão da categoria e da qualidade dos vinhos produzidos pelo espanhol Raul Perez. É certamente um dos melhores produtores da Espanha. Detalhe, é um pequeno vinicultor, cuja produção é bastante restrita, dependendo da safra dos seus vinhos, chega-se a produzir apenas 900 garrafas de um rótulo. Com essa produção diminuta, não poderia ser diferente, o vinho é caro, cerca de R$ 700,00 na Casa do Porto. Sim, mas falando da prova em si, o vinho é produzido na região de Ribera Sacra com 100% de uvas mencia, inspirado no La Tache, de Romanée Conti, é extremamente elegante no aroma, especiarias (pimenta) com notas minerais e florais ao fundo, tudo com muito frescor; na paladar, muito equilíbrio e persistência. 

Houve menção honrosa também ao Ramiro`s 2006, Vinõs de La Tierra de Castilla y Léon, um tempranillo de respeito, bastante complexo no aroma com algo de licor, fruta em compota (nota doce) e mentol, na boca, impressiona pela delicadeza, equilíbrio e persistência. No exterior, custa em torno de US$ 20,00, e quando falo isso, fico decepcionado com o preço de importação escorchante praticado por aqui (R$ 299,00). Até quando isso...!!!

 

Já na degustação da “Borgonha: A Grandeza de Ser Pequeno”, Olivier Pion quis nos impressionar apresentando a riqueza do mosaico borgonhês, foi um painel de tirar o fôlego, belos brancos e tintos: Domaine Jacques Prieur Musigny 2006, Pierre Morey Mersault Lês Tessons, La Pousse d'or Corton Grand Cru Clos Du Roi 2006, Puligny Montrachet Domaine Fichet Refets, Vincent Gerardin Bienvenues Batard Montrachet 2007 e Jean Philippe Fichet Mersault Le Tesson 2007.

  

Nesse painel, realmente tivemos uma aula sobre distintos terroir`s de Borgonha, os brancos produzidos são ricos, untuosos, encorpados, com nuances de aroma e acidez distintas, dependendo do produtor, que a par de ser a mesma chardonnay, com vinhedos a metros um dos outros, sente-se no vinho produzido. Mas o meu destaque vai para o varietal Pinot Noir de nome Corton-Bressantes Domaine Jacques Prier Musigny, aromas de terra molhada, amora e uva passa com notas florais ao fundo, na boca, muita elegância, com acidez perfeita e tanicidade ideal. A curiosidade fica por conta de ser um dos vinhos mais apreciados pelo Rei Roberto Carlos. Só assim mesmo, para brincar com a criança (R$ 1.200,00). A última das degustações foi a de champagne, apresentada pelo produtor independente Jean Baptiste Geoffroy, que abriu o leque de toda sua linha, desde o Demi-Sec até Vintage 2000, nada melhor para finalizar um evento que primou pela qualidade e objetivando mostrar vinhos excelentes de pequenos e médios produtores, com algumas relíquias que ainda não chegaram a nosso mercado.

Até o próximo Encontro...!!!