No início desse mês tivemos a oportunidade de participar da apresentação do vinhos da Quinta da Romaneira no Recife, a qual foi brilhantemente conduzida por Ricardo Avillez, Diretor Comercial da Importadora Portus e Helton Silva, considerado o melhor sommelier de Pernambuco, no ano de 2014, pela Revista Prazeres da Mesa. Enfim, uma dupla de feras. Embora os vinhos da Romaneira ainda estejam chegando ao Recife, a história da vinícola não é recente:
"A história da Romaneira é bastante antiga, existindo, inclusive, diversas teorias em torno da origem do seu nome. No entanto, gostamos de pensar que o nome Romaneira remonta ao tempo em que os Romanos povoavam o Douro, altura em que, certamente, se teriam dedicado ao cultivo da vinha.
Em todo o caso, existem registros que atestam a existência de uma vinha na Romaneira nos séculos XVII e XVIII, período durante o qual a propriedade pertenceu a três famílias distintas: Sousa Guimarães, cujas iniciais surgem na porta da Quinta com a data de 1854, Lacerda, D. Clara de Lacerda deu o seu nome a uma das casas da propriedade, e Monteiro de Barros, que, em 1940, ampliou a quinta para o tamanho que hoje conhecemos.
Considerada como uma das principais quintas do Douro, a Romaneira aparece representada no mapa do Douro elaborado pelo Barão de Forrester. Não obstante, são feitas menções à propriedade em obras de grandes autores do século XIX, como Henry Vizetelly, que se dedicava ao estudo do Vinho do Porto. O Visconde de Vila Maior classifica ainda o vinho da Romaneira como "um dos melhores do Douro, notável pela sua suavidade, corpo e aroma". Aliás, os Vinhos do Porto da Quinta da Romaneira foram os primeiros Vinhos do Porto a ser leiloados pela famosa leiloeira Christies, em 1872.
Vila Maior elogia o carácter e a personalidade dos vinhos da Romaneira, que se deve, sobretudo, à Touriga Nacional. Esta casta representa, ainda hoje, a maior parcela de vinha plantada da Romaneira (cerca de 40%), um elemento chave para a produção dos seus melhores Vinhos do Porto – Porto Vintage – e vinhos de mesa tintos.Um grupo de investidores apaixonados pelo Douro adquiriu a propriedade em 2004. A gestão da Quinta da Romaneira foi confiada à reconhecida dupla Christian Seely e António Agrellos, responsável, desde 1993, pelo renascimento de outra distinta propriedade do Douro, a Quinta do Noval. A esta parceria se deve a produção de alguns dos melhores Vinhos do Porto Vintage dos últimos anos, sendo também esta pioneira do movimento de produção de vinhos tintos de mesa no Douro. Para tal contribuiu a experiência adquirida ao longo dos anos por Christian Seely na gestão do Château Pichon Baron e do Petit Château Village, situados na famosa região de Bordéus.Já com Christian Seely como director - e accionista - e António Agrellos como enólogo consultor, a Romaneira produziu uma série de grandes Portos Vintage (2004, 2005, 2007, 2008 e 2011).Mas a verdadeira revolução na Quinta da Romaneira fez-se sentir, sobretudo, ao nível da produção de vinhos tintos de excelência, brancos e rosés. Este despertar para a "Revolução do Douro" deu-se em 2004. (...)"
Foram colocados em prova um tinto, um branco e um rosé da linha Sino da Romaneira, além do Quinta da Romaneira DOC e Reserva.
Todos os vinhos mostram, acima de tudo, seriedade e um perfil elegante. O branco e o rosé da linha Sino da Romaneira certamente não são vinhos para se degustar na beira da piscina, mas com uma bela refeição. O rosé, em especial, foge ao estilo de muitos que estão no mercado e que possuem uma doçura no aroma excessiva.
O tinto Sino da Romaneira merece destaque, porque apesar de ser o vinho tinto de entrada da vinícola, recebeu altas pontuações da crítica especializada, como por exemplo 91 pontos da Wine Spectator e 92 da Wine & Spirits. Ele faz jus a cada ponto recebido, com uma qualidade incomum para um vinho de entrada. No nariz foi possível sentir frutas vermelhas maduras, além de notas de cedro e pimenta do reino. Na boca mostrou bom corpo, boa acidez e persistência. Não há dúvidas de que vale os R$ 100,00 que custa em média no mercado.
O Quinta da Romaneira DOC possui muita força no nariz e na boca, mas sem perder a elegância. No nariz sentimos frutas negras maduras, cedro, noz moscada e cravo. Um vinho muito especiado, sem perder a fruta de vista. Na boca era encorpado com ótima acidez e persistência. Muito intenso. Os taninos são de qualidade, mas ficarão ainda mais macios com o tempo de guarda. Está sendo vendido por R$ 170,00 na Wine, certamente vale cada centavo.
Por fim, o Quinta da Romaneira Reserva entregou basicamente as mesmas sensações do DOC, só que com muito mais elegância no nariz e maciez na boca. Outro ponto de diferenciação entre eles é que o Reserva mostrou no nariz uma nota redutiva que lembrava cera de vela. Com certeza um vinho muito complexo e elegante. Segundo Ricardo Avillez ele está sendo vendido em média por R$ 400,00.
Os vinhos da Quinta da Romaneira esbanjam qualidade, estando entre os melhores do Douro. Vale conferir.
Informações extraídas do site da Quinta da Romaneira
Minha última viagem pelo Douro, novembro de 2015, fiquei sabendo através dos moradores de Pinhão no Douro, que a quinta da romaneira, pertence ao ilustre banqueiro brasileiro André Esteves. A quinta possuía um hotel de luxo, o qual foi desativado ao público e manteve o serviço apenas para familiares e amigos...um dia a casa cai.
ResponderExcluirMinha última viagem pelo Douro, novembro de 2015, fiquei sabendo através dos moradores de Pinhão no Douro, que a quinta da romaneira, pertence ao ilustre banqueiro brasileiro André Esteves. A quinta possuía um hotel de luxo, o qual foi desativado ao público e manteve o serviço apenas para familiares e amigos...um dia a casa cai.
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